O papel do psicólogo no tratamento do Transtorno Bipolar

O papel do psicólogo no tratamento do Transtorno Bipolar

O transtorno bipolar é uma condição mental crônica, de origem predominantemente genética e caracterizada por mudanças extremas de humor, energia e atividade. As pessoas com transtorno bipolar experimentam períodos de euforia ou mania, nos quais se sentem excessivamente felizes, energizadas ou irritáveis, alternando com períodos de depressão, nos quais se sentem extremamente tristes, desanimadas e sem energia. Também é comum a apresentação de estados considerados mistos, onde dentro de um episódio, há sintomas do outro “polo” do transtorno simultaneamente.

Existem diferentes tipos de transtorno bipolar, incluindo o tipo I, no qual os episódios de mania são mais pronunciados e podem incluir sintomas psicóticos, e o tipo II, no qual os episódios de mania são menos intensos (chamados de hipomania) e os episódios depressivos são mais predominantes. Também há o Transtorno Ciclotímico que não apresenta sintomas suficientes para se fechar um quadro completo nem de mania/hipomania, nem de depressão.

Os sintomas do transtorno bipolar podem afetar significativamente a vida diária e o funcionamento social, familiar e profissional. O tratamento geralmente envolve uma combinação de medicamentos estabilizadores de humor e terapia psicológica, como terapia cognitivo-comportamental.

A importância da terapia no Transtorno Bipolar

É comum associarmos o Transtorno Bipolar a uma pessoa exageradamente feliz, eufórica, motivada que abruptamente passa para um estado de tristeza. Apesar de não ser totalmente errada, esta ideia acaba distorcendo a grande maioria dos casos de transtorno bipolar, onde as oscilações de humor são significativas, mas acabam se confundindo com a personalidade da pessoa. São aqueles indivíduos vistos como “esquentadinhos”, “muito empolgados”, “pavio curto”.

Não é a toa que o tempo médio para se ter um diagnóstico de transtorno bipolar é de 25 anos.

É neste aspecto que entra o psicólogo: ajudar o paciente a compreender realmente o que são os seus sintomas e o que é a sua personalidade, suas qualidades e limitações. Este processo de autoconhecimento ajudará o paciente a – junto com o psicólogo – criar estratégias de enfrentamento mais saudáveis para lidar com os sintomas. Por exemplo, aplicar técnicas para controlar a tendência a impulsividade (seja por jogos, sexo, compras, etc) ou mesmo ampliar sua tolerância à frustração e criar maneiras construtivas para lidar com a agressividade.

Outra medida importante é o trabalho com a família. Pessoas com transtorno bipolar acabam afetando não só a si mesmos mas as pessoas próximas, como familiares e colegas de trabalho. No emprego é mais difícil o psicólogo atuar, mas na família a atuação é fundamental, principalmente para ser uma rede de apoio, ajudando o paciente a identificar o sintoma e evitando intensificar uma situação de conflito.

Por mais que seja muito difícil tolerar ou suportar os acessos de agressividade, grandiosidade (que se assemelha a arrogância), impulsividade (que pode levar a prejuízos de diversas formas) é fundamental a família compreender que todas estas manifestações são os sintomas. Paciência, amor e tolerância são fundamentais neste momento até que a pessoa fique estabilizada e com o tratamento adequado, com remédio e psicoterapia.

O trantorno bipolar é bastante complexo e, por isso, vamos trazer outros posts para explorarmos com mais detalhes. Até a próxima.