A influência dos pensamentos
Muita gente coloca nas emoções a total responsabilidade por tomar uma determinada atitude: “Eu estava emocionalmente alterado” ou “Eu fiquei ansioso e fiz isso!”.
Apesar das emoções ajudarem muito, os nossos pensamentos tem uma importância tão grande quanto. Na terapia cognitivo-comportamental, chamamos de pensamentos automáticos. São pensamentos muito rápidos que chegam e disparam nossas reações (físicas, emocionais ou comportamentais).
Vamos pegar um exemplo:
A pessoa “X” está andando por uma rua erma durante a noite. O primeiro pensamento que vem à ela é “posso ser assaltado/a a qualquer momento!”. Este pensamento, gerou uma resposta emocional de medo e, provavelmente, um comportamento de esquiva (“vou apertar o passo até a esquina que está mais iluminada!”).
Este é um exemplo relativamente tranquilo e muito comum, considerando o perfil de cidade e região em que vivemos. Agora, vejamos um outro exemplo:
A pessoa “Z”, sempre que é colocada a fazer um novo projeto tem o seguinte pensamento: “não vou dar conta, é muita responsabilidade”. Este pensamento gera uma tristeza grande e, como forma de diminuir o incômodo, “Z” começa a fazer o trabalho uma semana depois.
O que ocorre com ela? Ou se sobrecarrega para entregar o trabalho a tempo ou entrega atrasado com base em muita cobrança ou, no pior das hipóteses, de fato não consegue entregar.
Diferente do primeiro exemplo, esta situação é diferente pelo grau de disfuncionalidade que ela possui. A pessoa parte de uma premissa de que não dará conta, pois tem uma visão distorcida de si. É como se ela olhasse para as situações com um óculos de sol e tudo que ela vê, consequentemente é um tom mais escuro de suas experiências.
Neste tipo de pensamento, há o que chamamos de crenças centrais, que são interpretações que fazemos do mundo ao longo de nossas vidas, tendo influência da educação dos nossos pais, do ambiente onde estamos, amigos, predisposições genéticas, humor, etc. Diferente dos pensamentos, nem sempre conseguimos acessar nossas crenças.
Pensamentos e crenças, quando disfuncionais, são grandes geradoras de sofrimento, levando ao adoecimento mental e emocional. A presença deles, com frequência e intensidade elevadas são indicativos de transtornos mentais, como a depressão e a ansiedade.
Sempre que estiver em uma situação incômoda, pense: “Qual foi a primeira coisa que passou pela minha cabeça?”. Avalie se a resposta está embasada em dados de realidade ou se são distorções presentes em seus pensamentos. Se você se percebe assim com certa frequência, procure orientação!